A inflação no preço dos alimentos disparou durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Segundo dados divulgados pelas fontes IBGE/FGV/DIEESE, os preços não só do arroz, mas de vários alimentos dispararam. Os produtos da cesta básica em geral, subiram cerca de 15% a 16% de janeiro a julho/2020, nas diversas regiões do País. E os principais produtos da cesta, o arroz, feijão, carne, óleo vegetal e leite subiram cerca de 40% a 45% no mesmo período. Já a inflação dos alimentos em geral, subiu em 8,88% no período de março a agosto deste ano. Um quadro muito difícil para os comerciários e seus familiares, uma vez que é sabido que a alimentação já compromete, normalmente, cerca de 40% do orçamento da família do trabalhador. Desta forma, o salário dos empregados está perdendo cada vez mais o seu poder de compra. Em nossa região do Vale do Caí, os representantes dos empregadores das lojas sequer aceitam a repor a inflação de 2019 nos salários de 2020 dos comerciários e os empregadores dos supermercados/açougues/padarias relutam em conceder, integralmente, o percentual que é de apenas 3,92%. É de perguntarmos aos patrões do comércio e aos escritórios contábeis que os orientam, o que está acontecendo, pois nos momentos sem pandemia, não aceitam conceder ganhos reais e agora, durante a pandemia, nem sequer o total da inflação de 2019, o período passado. Socialmente, sabe-se que esta conta não irá fechar! Os trabalhadores, em breve ingressarão em um quadro de insegurança alimentar. Não será hora apropriada para rever e redefinir as regras do capitalismo e começar a pagar salários justos?